08/12/12

I'm here

Eu sei que a gente poderia ter sido mais. A gente sempre pode, sabe? Há sempre algo que falha, sempre algo que ainda não foi feito, sempre algo a tentar. Por mais que a gente diga de boca cheia "eu fiz tudo o que podia", é mentira. Há muito mais a fazer, há muitos mais mundos a mover, há muitas mais guerras a batalhar, há muito mais a sofrer. Essa é a cruel verdade: nunca ninguém faz o suficiente. Talvez não haja é tempo a perder. Acho que as pessoas a cada dia que passa estão mais conscientes que a vida é curta demais para esse trocadilho de sentimentos, onde se mete as mãos pelos pés e se tropeça em cada pedra minúscula que aparece à nossa frente. Admitindo o inevitável, eu também sou preguiçosa. E embora a teoria seja linda de morrer e simples demais, a prática vai para além disso tudo. Há dias em que acordo e digo para mim mesma, hoje eu não mexo uma palha por ninguém - e sem querer, acabo o dia cansada por correr atrás de todo o mundo. É assim, corre nas veias, vem do inicio. Vem sem contarmos, sem querermos, sem pudermos. Mas nunca é o suficiente. Nunca é suficiente para estar bem toda aquela gente que faz parte do nosso mundo. Há sempre alguém que está mal, que está longe, que não quer que lutemos por ela, que insiste em fazer as coisas sozinha quando já reparou que não vai chegar a lado nenhum. Há sempre alguém que nem nota o esforço que todos os dias fazemos para chegar até ela um pedacinho que seja. E é aí que a gente percebe que o tempo é curto, apanha todo o amor que caiu ao chão e tenta vir embora, sem olhar. Mas minha gente, ninguém é tão alguém que consiga esquecer tudo o que está para trás. Falo por experiência própria, embora me tenha vindo embora com todo o amor que eu tentei dar a preencher-me os bolsos de tão recusado que foi, eu sentei-me num banco pelo caminho. E permaneço aqui todos os dias, sem sequer tentar andar mais um pouco. Não sei se me entendem. Eu não desisti. Mas pensam que eu volto para trás e tento de novo? Não. Eu não desisti, mas não insisto. Se ouvir gritos, talvez vá, incontrolável a sensação de proteção. Mas até lá, eu espero aqui sentadinha no meu canto, que me venham procurar pelo caminho que eu tomei quando virei costas. 
Isto para dizer que eu continuo aqui mais à frente um pouco. E que aqui vou permanecer. Até que eu deixe de dar valor, até que eu deixe de sentir... até que eu deixe de respirar. A gente sempre pode ser mais. Nunca se esqueçam disso.


com todo o meu coração , bé

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