18/12/12

recuso-me

Foda-se. Tem coisas que eu não quero mudar. Esta é a verdade. Depois de tanto tempo no fundo do poço, eu idealizei uma vida para mim e tudo o que venha abaixo disso é dispensável. Posso estar a ser egoísta, é mais que lógico que estou, mas descobri que a gente só consegue sobreviver no meio desta selva se começar a cuidar mais de si. A verdade é que me tenho sentido culpada, tem histórinhas que ocupam a minha noite inteira e questiono-me várias vezes se é o certo. Tenho medo que conviver com pessoas mais velhas esteja a exigir de mim um crescimento mais rápido que o habitual. E que não me permita errar e aprender com isso. Na verdade, ouvir histórias de outras pessoas faz com que eu tenha medo de viver as minhas, porque não me sinto capaz de suportar nem metade. Mas também se costuma dizer, que ninguém sabe quanta força tem até que a única alternativa é ser forte. 
Eu, que hoje não ultrapasso uma falta de respeito, que não consigo admitir menos do que aquilo que eu dou, ouvi algo assim: "ele quer trair-me? que traia. que valha a pena. mas que nunca se atreva a fazê-lo na minha própria casa!". Isto são palavras de uma M-U-L-H-E-R de quarentas e tais anos, que sabe perfeitamente que o marido a traí, que já teve a sua dose de loucura e ciumeira e que hoje, passando 22anos de casamento continua com ele, e justifica as atitudes do velhote com "eu sou uma mulher independente a todos os níveis. ele nunca percebeu a minha vida profissional." já para não falar na parte do "às vezes, para a gente ser feliz tem que encontrar a felicidade noutro sitio". Bem, quem convive comigo sabe exactamente a cara que eu fiz ao ouvir tal coisa. Embora a respeite, a admire muito e siga os conselhos dela, tem sempre alguma coisa que eu não vá entender tão bem e este assunto, é um deles. Honestamente, eu sempre soube que era complicada, virada do avesso e toda errada , mas só agora eu estou a por isso em causa. Espero, sinceramente, que eu nunca me adapte a uma relação desta forma, espero continuar a amar-me, pelo mínimo que seja, que me respeite, que respeite os meus compromissos e que tenha a coragem de mandar tudo abaixo de braga se me sentir humilhada. Porém, também há algo que ouvi da mesma boca que fez sentido, mas que não se adapta a este caso: "uma relação pode sobreviver sem amor, mas nunca sem respeito". Toda a gente sabe, que a maior parte das relações não tem amor. Tem compromisso, respeito, lealdade, fidelidade, crença, mas amor?! Amor, vai para além do companheirismo e medo da solidão. Eu sei que me entendem. Eu quero um amor. E nem que eu mova os mundos todos deste universo, um dia eu hei-de encontrá-lo e recebê-lo, nem que seja no último minuto da minha vida. Mas enquanto isso não acontecer, no que depender de mim, recuso-me a ser infeliz.


com todo o meu coração , bé

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