30/07/13

menos tudo.

Já não sou eu faz um tempão. Embora na minha vida tenham passado muitos furacões, até agora, nenhum tinha conseguido deitar abaixo este furacão que eu sou. Quero eu dizer que nunca nada me tinha mudado. Nunca nada me tinha feito desistir daquilo que eu era, porque eu achava - e continuo a achar - que esse é o maior desafio da vida, e como eu adoro desafios, eu nunca me tinha deixado vencer. Até há bem pouco tempo.
Eu fui obrigada a mudar. Pelas vezes que fui pisada, pelas vezes que fui desrespeitada, pelas vezes que me abriram feridas sem motivo aparente. E eu detesto isso. Sinto a minha falta o tempo todo. Sinto muito menos. Emociono-me muito menos. Derreto-me muito menos. Acredito muito menos. Em algumas situações, amo muito menos. Embora saiba que logo que queira e tenha forças, eu consigo voltar. Eu tenho um medo terrível de voltar a ser quem era. Não por aquilo que eu sentia por mim. Porque eu amava completamente o meu feitio, o meu temperamento, a minha compaixão e a minha compreensão pelas outras pessoas. Mas por aquilo que conseguiam fazer comigo. A verdade é esta, ser bom demais não é benéfico. A gente tem ter um tanto de egoísta. Um tanto de protecção. E sabem porquê? Porque metade do Mundo vive assim. Ora quem é pobre, sofre com os ricos. Ora quem é bom demais, sofre com os maldosos. Quem não levanta a voz, sofre com quem levanta a mão. Quem não olha por cima, sofre com quem olha demasiado pra baixo. Eu sei que me entendem. Por isso afirmei-me, cheguei-me à frente, meti na cabeça que o mundo é podre e que se eu não o intimido, ele vai-me intimidar a mim. E aqui estou eu. Boa pessoa na mesma, sem querer magoar ninguém, mas menos ingénua, menos menina, menos pequena. 
#bv

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