Acabar é diferente de morrer. Por mais que pensem e ajam como se não. Um amor pode acabar hoje e recomeçar daqui a anos. Mas nunca um amor que morreu hoje pode ressuscitar amanhã. Estão a entender a diferença? Há esperança para o amor que acabou, há sangue a correr na veia, há lembrança com sorriso, há talvez. Mas a única coisa que existe para um amor que morreu é o enterro, a despedida, o sentir falta. Sentir falta é diferente de sentir saudade. Podemos sentir saudade daquilo que sentimos que volta um dia, mas iremos sentir falta daquilo que sabemos que não volta.
O certo é que eu matei muita gente. Era aqui que eu queria chegar. Quando se chega ao limite toda a gente é capaz de matar não é? Foi o que aconteceu comigo. Pra seguir em frente, eu tive que deixar muita gente para trás. Não é que seja arrependimento, porque existe consciência que foi a única alternativa. Mas tenho pena. Não deveria ser preciso tanto sacrifício pra gente poder sorrir sem ter ninguém a apontar e dizer "aquilo que não está assim tão bem". A gente devia conseguir ser feliz com o resto da gente à volta, não sei se me entendem... é que eu tenho reparado que o egoísmo é tanto que hoje quase ninguém consegue olhar para a felicidade do outro e sentir como se fosse nossa. Afinal de contas, o que pesa? Não era tão mais simples se conseguíssemos sorrir junto, com satisfação, orgulho?
Eu sou daquelas que fica triste por todo o mundo. Volta e meia e está a ouvir "Ai que inocente. Por favor, acorda". É, eu tomo a dor, sofro junto, morro junto se for preciso, não chorem à minha frente, porque tá certo que eu vou chorar também. Isso do "ela tem e eu não" não existe aqui. É certo que se não morar no meu coração, pode fazer festa ao lado que eu nem noto. Mas quando partilha o ar comigo, eu vou morrer de alegria e começo eu a festa se for preciso. A gente tem que absorver do sorriso de quem gosta a motivação para sorrir também. Pronto, isto é simples: a gente devia ficar feliz por quem está feliz, pessoas felizes costumam praticar menos maldade - (menos aquelas que estão felizes porque a outra está infeliz, pra essas não há cura, maldade é nome do meio). E perdoem-me a confusão, sou trapalhona, mas acho que quem é como eu vai perceber a ideia.
com todo o meu coração , bé
Sem comentários:
Enviar um comentário